domingo, 9 de outubro de 2016

Quanto você deseja ganhar versus o que as empresas pagam

Muitos tem uma vida pra cuidar, aluguel, mercado, um passeio no fim de semana porque é saudável viver, mas nem sempre há dinheiro para ter isso. Esta realidade, claro, está errada.

Se você deseja saber se essa realidade, caso seja a sua (ou não), tem solução, este é o artigo.

A primeira coisa que você tem que entender é você mesmo. Qual seu estilo de vida? Quais seus custos mensais?

No mundo freelancer este é o primeiro passo para compor o custo do seu trabalho, mas o que ninguém liga de imediato é que o mesmo raciocínio funciona para qualquer outra modalidade de vínculo de trabalho.

Como?! não sabe como calcular isso? Você sabe sim, só não sabe que sabe! Veja:

  1. Faça o levantamento dos seus gastos fixos: moradia, transporte, alimentação, água, luz, telefone/internet. Se você não paga nada disso, parabéns! qualquer coisa que você ganhe já é lucro. E dê um forte abraço nos seus pais.
  2. Descubra o seu perfil de custos com vestuário/calçados, saúde e lazer. Note que lazer vai do cineminha do fim de semana, daquela viagem que você faz todo ano até a mensalidade da academia, passando pelo netflix. Caso exista grande variação de um mês para outro, tente os últimos 3 ou 6 meses e divida igualmente pra ter uma média.
  3. Faça o levantamento de qualquer outro custo que não se enquadre nos demais. Você dá ajuda financeira a alguém? cola nessa coluna da planilha
Pronto, com isso você já sabe o mínimo necessário pra sair de casa e exercer alguma atividade.

Agora vem a segunda e divertidíssima parte: como é que este seu custo se enquadra no custo da empresa?

As empresas montam os salários de muitas maneiras distintas: olham o que os sindicatos recomendam, montam um plano de carreira interno ou negociam projeto a projeto. O importante para a empresa é unicamente garantir que o projeto não cause prejuízo a ela mesma e, além disso, produza algum lucro que possa ser convertido em investimento e crescimento da mesma.

Essa é a interface, a superfície de contato entre você e a empresa. Para a atividade empregatícia anunciada, a empresa está oferecendo o SEU mínimo necessário? Oferecendo menos? Mais?

Aqui cabe uma crítica aos headhunters e setores de rh das empresas: algumas não divulgam o perfil salarial da eventual vaga de emprego. Isso é ruim porque faz um monte de candidatos perderem tempo em tediosas seleções e também desperdiça o tempo da empresa (e por tabela dinheiro) avaliando candidatos que ao final do processo não ficarão na empresa ou, pior ainda, ficarão por pouco tempo, posto que um candidato que já entra insatisfeito com o salário é o mais forte dos candidatos a continuar procurando trabalho.

De todo modo, com salário público ou não, você já sabe o seu mínimo necessário. Se você tem nenhuma despesa considerável fixa mas também não tem experiência ainda, Não tem problema, nem pra você e nem pra empresa, você pegar um salário baixo. Você precisa aprender e a empresa tem o maior interesse em ensinar. Vide o artigo sobre a montagem de um currículo, onde discorremos sobre o que aprendemos ao entrar em uma empresa.

Outro ponto importante é sobre promoções e aumentos de salário. Excetuando-se os ajustes obrigatórios por lei, dar um aumento a algum profissional é uma necessidade, não uma obrigação. As empresas necessitam valorizar os profissionais que desempenham bem o papel que lhes é atribuído, pois se elas não o fizerem, fatalmente outras empresas o farão.

É por isso que se você, por alguma razão, necessitar de um aumento, você deve começar a elencar os benefícios que você trouxe para a empresa. Lembre-se: a única relação entre os seus custos e os custos da empresa é você mesmo, e a expectativa é que os custos que a empresa tem com você sejam suficientes para cobrir os seus custos pessoais.

Você não deve nutrir receio algum em sondar o mercado atrás de melhores oportunidades, isso não é errado. Da mesma forma, você não deve pagar pra trabalhar, você já vende uma fatia preciosa do seu tempo para construir alguma comodidade com o tempo restante, é errado exercer uma atividade que, por exemplo, seus pais tenham que ajudar você a continuar exercendo. Algumas profissões possuem estágios não-remunerados, onde seu pagamento é a sua experiência adquirida, mas nestes você fica sabendo desde o começo que é assim.

Embora eu já tenha falado disso em outro artigo, sempre vale ressaltar: você deve evitar lugares onde exista algum abuso moral. Projeto atrasado e risco de demissão jamais devem ser motivo para destratar ninguém. Empresas e projetos nascem e morrem, o que você pode fazer e manter o profissionalismo e a dedicação até o fim.

Pra finalizar, esteja sempre consciente da realidade em sua volta. Não falo de ter aquela reza pronta sobre "onde você estará daqui a 5 anos?", mas sim de entender o todo. O contexto. É bom saber de onde veio e para onde vai, mas é muito importante que você saiba onde você está.

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